quarta-feira, 17 de junho de 2009

A lua deitada sobre o Carlos Prates



Pela janela vejo a lua deitada sobre o Carlos Prates.

Onde jovens movidos a ansiedade e hormönios

produziram noites insones e falas aceleradas.

Saraus, loucuras pós-juvenis...

Já com 20 anos passados,

independentes e com um Belo Horizonte ao redor.

A lua deitada sobre o Carlos Prates

tem essa aura de nostalgia sem saudade

nem remorso.

Apenas memória, registro subjetivo

de acontecimentos certos e inusitados,

causa e efeito, acão e movimento a que estávamos

fadados a fazer acontecer.

Sem motivo aparente, a não ser pelo fato de estarmos vivos,

repletos de sentimentos e expectativa.

Coisas da idade.

Mover a roda enquanto o mundo girava

nos levando sei lá para onde.

O mundo deu voltas. Hoje estou a ver o Carlos Prates pela janela, quando já nem sonhava voltar.

Amores fugazes, não mais. Um só, mais ao compasso do coração.

Tantas caminhadas, tropeços, decepções, recomeços e de repente a vida torna a surpreender. Essa lua...
A lua se foi. O tempo é inexorável, nós não. Não sei se a lua é asbtrata ou concreta.

A lua é bela. Efemêra e inigualavelmente bela deitada sobre o Carlos Prates.

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